segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Liberdade Interior







Quando falamos de liberdade, pensamos em voar sem nada temer, mas esta mesma liberdade que ousa livres voos e nada teme, sempre anda junto da responsabilidade. Um conceito antigo sobre voar era que só era preciso não cair e se manter no ar, mas hoje existe o trafico aéreo e aquele que voa precisa estar atento não somente para o solo mas para frente, para o lado e para cima, então voar exige muito mais responsabilidade do que qualquer outra coisa assim também a liberdade. E como fazer nossa alma livre para ousar livres voos?
Deus faz a alma livre, e o homem aprisionou sua alma por livre escolha ou melhor por livre ingenuidade. No campo da liberdade interior a aceitação de si mesmo é indispensável para o crescimento espiritual, assim precisamos aprender a deixar Deus agir em nos. Uma das condições mais importantes para permitir à graça de Deus em nossa vida, é dizer sim ao que somos e a aceitação da nossa história por mais dolorosa que seja. Deus deseja nos amar como somos de forma real e de nada nos adianta tentarmos ser o que não somos, idealizar-se, forte, resistente ao pecado, que nunca erra, ficar se lamentando que poderíamos ser como Sicrano ou Beltrano, de nada adianta. Logo se não me acolho tal qual sou não permito que o Espírito Santo me aperfeiçoe. Recusar a nossa realidade como somos com todas as fraquezas e limites e tentar enterrar a nossa história de vida é um anuncio da nossa falta de fé em Deus e na esperança que gera a falta de amor.Tudo isso nos fecha à graça, pois Deus, mesmo conhecendo as nossas dores e dificuldades deseja ouvir de nos o nosso clamor, peçamos a ele o que nos convém necessário e coloquemos Deus no seu devido lugar, que é a frente do leme da nossa vida. Devemos ter o desejo de mudança, de ser santo mas não por nos mesmos, negar as nossas fraqueza e limites em nada vai nos adiantar apenas vai insuflar o nosso orgulho. Reconhecendo-se um pobre pecador necessitado da misericórdia de Deus e aceitando quem somos e toda a nossa história é que alcançaremos a graça de Deus. Assim reconheçamos de forma humilde que não podemos nos modificar por nossa própria força, mas todo progresso e toda vitória sobre nós, é dom da graça de Deus e na medida que deixamos a nossa mente ser invadida pelo amor gratuito de Jesus Cristo nos configuramos a ele.
O que não podemos é ser esmagados pela nossa condição de pecadores, afinal Deus conhece nossas fraqueza, mas não se escandaliza delas, e não nos condena, pois conhece nossa condição e se lembra que somos barro. O amor de Deus é gratuito e não fruto de merecimento. Nossa pobreza não impede em nada que ele nos ame, pelo contrario somos libertados do terrível e desesperador dever de nos tornarmos alguém bom para merecer sermos amados. Quando nos permitimos ser nós mesmos, ser pobres pecadores, o olhar de Deus nos permites também todas as audácias no desejo da santidade. Deus é capaz de transformar o pecador que eu sou num santo, assim posso ter uma fé sem limites no poder do seu amor. A pessoa que cai todos os dias e, apesar disso, se levanta dizendo: Senhor, eu te agradeço porque tenho certeza de que farás de mim um santo" A atitude apropriada diante de Deus, então, é a seguinte: por uma lado uma aceitação muito tranquila, muito sem tensões de nós mesmos e de nossas enfermidades e, ao mesmo tempo, um desejo imenso de santidade, uma forte determinação de progredir, embasados em uma confiança sem limites no poder da graça divina.

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